Muita das barreiras à utilização do espaço público, reconhecidamente, tem uma natureza psicológica. Barreiras de preconceito com a diferença, barreira social pela exclusão ou barreira psicológica derivada do medo que os espaços urbanos parecem, por vezes, incutir nos seus habitantes. Neste contexto, refira-se a importância de um espaço público que faça abolir os medos da cidade, em particular os que se referem, à segurança de mobilidade e viária, que derivam, muito em particular, de atropelamentos ou acidentes. Na verdade, o percurso de automóvel individual que levam os pais a transportar os filhos à escola têm de ser trabalhados e invoca, para alteração de hábitos, a necessidade de medidas corretoras das ruas, redução de velocidade e atravessamentos bem sinalizados para que não exista o medo da criança e do jovem, e dos seus respetivos familiares, em circular, livremente, na sua cidade ou vila. O mesmo será dizer das pessoas idosas. Do mesmo modo, o medo dos estranhos está mitificado porque se sabe que a mais elevada percentagem de problemas com crianças se passa no meios familiar ou geograficamente próximos, pelo que o receio do estranho ou do desconhecido deve ser desmistificado. É ainda necessário que os sistemas de semaforização estejam adaptados, em tempo de abertura para os peões e de espera de atravessamento, para o caminhar lento, necessário a pessoas idosas.
Comunicações ao congresso
As escolas na cidade ocupam um papel determinante como geradores de fluxos automóvel e correspondem às novas horas de ponta da cidade. Neste sentido foram apresentadas as medidas de mitigação de velocidade e de tráfego automóvel desenvolvidas pela Câmara Municipal da Póvoa do Varzim, (ver ponto 5).Também foi apresentada a experiência de permitir que os jovens estudantes, no mínimo, façam a pé o último quilómetro ou distância possível para a escola, como tem vindo a ser realizado pela Câmara Municipal de Famalicão.
Proposta
Fazer notar que existem mais medos da cidade do que razões para dela ter medo. Reduzir velocidade de tráfego automóvel, existir iluminação adequada do espaço público, dinâmicas comerciais de proximidade, medidas de incremento de interação de vizinhança, manutenção do comércio tradicional de apoio aos quarteirões e bairros, fomentar visitas multigeracionais, como o regresso da criança à cidade e da terceira idade aceder ao espaço público sem receios, serão determinantes na redução dos medos da cidade. Considera-se importante, na articulação de todos estes subsistemas, a elaboração da prévia programação das ações ainda que seja do conhecimento geral que grande parte destas medidas as autarquias têm vindo a desenvolver, existindo então a necessidade de uma maior celeridade nas ações, o que só poderá acontecer com a disponibilização de apoios financeiros para as câmaras municipais as realizarem.